segunda-feira, 29 de abril de 2013

SOBRE A INTEGRAÇÃO E O SISTEMA MODULAR

O currículo da FAMED/UFAL foi desenhado e posto em ação em 2006 como sistema modular para avançar sobre o modelo anterior, disciplinar, fragmentado, e com isso favorecer juntamente a outras estratégias, a visada INTEGRAÇÃO curricular. Desde então as dificuldades para planejar em conjunto o cotidiano pedagógico tem se sobreposto aos raros e valorizados momentos integradores. A costura de módulos com dois, três e até sete setores de ensino mais lembra uma colcha de retalhos que um tecido íntegro, contínuo e saudável. O reflexo dessa costura feita de remendos possíveis para o momento inicial da reforma, e que perdura até hoje, se reflete no descontentamento geral, em virtude da convivência forçada de setores que não se integram para planejar as vivências práticas e teóricas, e vivenciar o planejamento da avaliação integrada tornou-se uma tarefa desgastante, sofrida, e sabotada por todos. As raras experiências de integração como a vivida na semiologia atestam a possibilidade e o prazer da convivência saudável na construção do novo na educação médica. Parabéns aos novos docentes, comprometidos e integrados!
A principal lamentação docente, e que encontra eco entre os discentes, ecoa entre as paredes e ouvidos quando nos reunimos em qualquer instância colegiada para refletir sobre o desenvolvimento curricular: a atual forma de avaliação não motiva a aprendizagem discente, bastando estudar para apenas um dos setores de ensino para ser aprovado. Com isso todos se queixam, pois os interesses e identificações discentes para valorizar um determinado setor e negligenciar outro são diversos, atingindo todos os setores de ensino ainda que em momentos diferentes e com a desigualdade natural refletida por variáveis que os docentes não admitem por em questão. Admitir maior compromisso por alguns, o planejamento de uma avaliação com métodos diferenciados que não apenas a prova teórica por outros, incluir o feedback para aprender com os discentes como avaliar melhor por todos, são algumas das variáveis a se considerar para evitarmos retrocesso ao modelo anterior, territorial e autoritário. Sem esquecer que será preciso considerar estudos que identifiquem quais os setores de ensino mais valorizados e os mais negligenciados, pois é possível que tudo não passe de reflexo do mercado que impõe interesses para muito além de nosso idealismo. O mesmo mercado que também nos moldou e impede a construção de desenhos curriculares que se traduzam em redes de relações mais saudáveis e solidárias percebidas e admiradas pelos discentes. Maior motivação para a aprendizagem não há que o respeito e a solidariedade que reconhece as diferenças e apoia o desenvolvimento individual.

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